



E em mais uma edição quinzenal da coluna História de Vida, vamos retratar um grande exemplo de trajetória de vida. Nossa entrevista de hoje é com Anna Alves, uma personalidade impar para Itaúna. Educadora, pedagoga e entusiasta de vários projetos sociais da cidade. Anna Alves é um grande nome em Itaúna por desenvolver muitas atividades, principalmente voluntariamente. Com 72 anos de idade, ela continua com o mesmo ânimo de sempre, não medindo esforços para fazer o melhor em prol da comunidade.
Filha de Israel Alves Paulino e Ana Maria Alves teve dez irmãos, nasceu aqui em Itaúna e se casou com José Vieira dos Reis. Anna Alves trabalhou em várias escolas publicas da cidade e também no ensino particular e depois foi lecionar na nossa Universidade de Itaúna. Trata-se de uma pessoa que é sinônimo de atuação e participação na comunidade. Uma vida exemplo de dedicação e contribuição aos menos favorecidos. Anna Alves é ainda muito envolvida em obras sociais da igreja católica com muito espírito comunitário, não mede esforços para ajudar quem necessita. Vamos conhecer a trajetória de Anna Alves.
Santana FM: Como foi sua vida ainda criança e na juventude junto dos seus pais e irmãos?
Anna Alves: Eu nasci na Rua João de Cerqueira Lima, e logo depois minha família se mudou para uma casa que o meu pai construiu na beira da linha na Avenida Dona Cota, por isso eu sempre residi na região da linha Férrea. Minha infância foi muito alegre e com muitas brincadeiras, minha família era muito grande meus pais tiveram dez irmãos, além de outras crianças que foram criadas em nossa casa, havia dezesseis pessoas. Fui para a escola para a Escola Estadual Augusto Gonçalves e lá me formei na quarta serie sem repetir nenhuma serie. E por lei eu tinha direito a estudar por bolsa na então Escola Normal de Itaúna, hoje Estadual eu e minha irmã mais velha e Ilda fomos à casa de Dr. Coutinho e conversamos com a diretoria do colégio na época que era a Dona Nair, e com muita boa vontade ela disse que eu teria que fazer uma prova que era o exame de admissão, desta forma eu iniciei meus estudos no colégio.
Santana FM: Fale-nos um pouco de um dos momentos mais importantes de sua vida, o seu casamento?
Anna Alves: Eu me casei em 1977, eu não era muito nova mais. Em minha juventude eu não era muito namoradeira não, eu gostava muito de ir às festas e dançar. E a minha família é muito de festa até hoje. Eu conheci o meu vizinho que era o José Vieira dos Reis que era um jovem muito simpático e cordial, ele pediu ordem a minha mãe para me namorar. E minha mãe deixou que nós namorássemos em casa, ele era quinze anos mais velho e minha mãe fez um comentário que ele não se casaria com ninguém. Disse que namorar somente namorar não havia problemas. Nós namoramos por um bom tempo e houve muitas brigas e separações, minha família não era muito de acordo com nosso namoro.Nós casamos em 15 de novembro de 1977, e foi muito bom eu não tinha muito aval da minha família para me casar com José Vieira, no entanto nos casamos foi muito bom, vivemos 17 anos casados não tivemos filhos infelizmente perdemos os que tivemos.Mas eu não me sinto nenhum um pouco frustrada pois criei vários filhos dos outros.Na época que trabalhei no orfanato cheguei a cuidar de noventa crianças.Lá nesta instituição trabalhei por sete anos e meio no internato.
Meu marido ficou muito doente, no inicio de 1995 ele faleceu e eu estou viúva há quatorze anos, eu sou apologista do casamento, acho muito importante, ás pessoas devem se casar e principalmente serem felizes no casamento.
Santana FM: Faça uma avaliação de sua carreira lecionando há tantos anos, para nível de ensino fundamental, médio e universitário?
Anna Alves: Eu comecei a dar aulas particulares em casa, como quase toda moça estudante faz, ajudando alunos que tinham dificuldades e eu comecei a dar aulas nas classes anexas da Escola Normal. Eu fui substituta de Dona Nídia Braz, não como estagiaria, mas como professora mesmo. Trabalhei também na Escola Estadual José Gonçalves de Melo, Escola da Várzea da Olaria, depois fui estudar em Belo Horizonte, cursei administração escolar. Trabalhei quando voltei iniciei minha aulas na Escola Artur Contagem Vilaça e logo fui convidada a trabalhar na Escola Dona Cota, a noite trabalhava na Escola João de Cerqueira Lima e no Colégio Santana.E depois eu voltei a estudar mais um pouco na década de sessenta e fiz curso de pedagogia em Divinópolis.Hoje eu assumi a coordenação do curso de Pedagogia da Universidade de Itaúna a onde já trabalho a muitos anos. E estou dando aula atualmente para Educação de Jovens e Adultos e estou gostando demais dessa experiência.
Santana FM: Sobre o seu grande envolvimento com projetos sociais, a senhora considera que é uma das paixões em sua vida?
Anna Alves: Trata-se de uma paixão mesmo, eu sempre trabalhei com pessoas, trabalhos na igreja, catequese, ação católica, juventude operaria católica e desta forma eu sempre participei dessas mobilizações. Lembro-me que uma vez fomos a um congresso no Rio de Janeiro, no Lago do Pedregulho é quando chegamos percebi que se tratava de um movimento muito forte mesmo e se fosse hoje estávamos todos presos. Hoje eu apoio a um grupo de jovens adolescentes que é os “menores do samba”, estamos realizando um ótimo trabalho com eles e o prefeito tem nos apoiado muito. Faça um trabalho na Casa Nossa e também na Associação dos Aposentados de Itaúna.
Santana FM: Quais os momentos mais marcantes dessa trajetória fabulosa?
Anna Alves: São vários, mas vou escolher alguns, por exemplo, quando eu vejo esses jovens tocando e aprendendo a cada dia algo novo, o sorriso deles é maravilhoso, ás fotos que a gente tem são lindas. E um momento de falar com Deus é algo formidável.
Santana FM: Os desafios e dificuldades enfrentadas pela vida, fale um pouco sobre isso?
Anna Alves: Quando eu comecei a dar aulas e fui para a sala de aula para reger uma turma eu fiquei tensa, e procurei profissionais que pudessem me orientar se tratando que eu iria ter que conversar com a turma, eu não sabia o que falar com eles. O meu casamento também foi um desafio muito grande, eu tive que enfrentar a minha família para convencê-lo que eu meu marido queríamos nos unir para sempre. O inicio do meu trabalho na Universidade de Itaúna também não foi muito fácil tive que enfrentar grandes desafios.
Santana FM: Qual a sua parcela de contribuição ao nosso município, diante dessa trajetória tão grande de trabalhos?
Anna Alves: Tudo o que me aparece eu faço com muito gosto, fico triste quando eu não posso ajudar ás pessoas, quando eu tenho que dizer um não eu fico muito triste e tudo que me aparece eu faço com muito gosto.
Santana FM: Como cidadã de Itaúna, qual o significado de Itaúna para a senhora?
Anna Alves: Itaúna é a minha paixão, eu sou bastante bairrista e eu não deixo Itaúna ficar pra trás, esta cidade tem um lugar muito especial em meu coração. A cerca de dois anos eu fiz questão de ser parte integrante da primeira turma de mestrado em educação da Universidade de Itaúna.Esse foi um dos grandes desafios de minha vida, pois tive que estudar e ler muito, e eu fiz questão de faze-lo aqui na Universidade de Itaúna.Enfrentei uma banca de seleção graças a Deus fui bem, em uma banca de doutores.Um dos objetivos aos quais eu fiz esse mestrado aqui na cidade é para em toda e qualquer situação eu possa dizer com gosto que fiz aqui em Itaúna em nossa universidade, é um titulo pra mim e assim demonstro minha paixão pela cidade até mesmo desta forma.
Acompanhe o História de vida no ar pela Santana FM Toda sexta feira ás 08h15 da manha, dentro do Jornal Primeiras Noticias.
Redator e repórter
MATEUS REIS
Fotos
MATEUS REIS ROCHA SILVA
ARQUIVO 90,1
Diretor Responsável
HELENIO LARA
Realização
CENTRO DE JORNALISMO
SANTANA FM
Parabéns Mateus pela entrevista desta "figura" realmente ultra importante na història social, cultural e educacional de Itaúna.
ResponderExcluirAngelita