sexta-feira, 8 de maio de 2009

HISTÓRIA DE VIDA ESPECIAL DIA DAS MÃES COM NÍDIA BRAZ DE MATOS



Dona Nidia Braz de Matos com sua filha Rosa Miriam foto acima

E nesta edição especial da coluna História de Vida, fazemos uma homenagem especial á todas ás mamães itaunenses pelo dia delas, e para bem representá-las a nossa entrevistada desta edição é a grande matriarca da tradicional família Braz de Matos, Dona Nídia, uma vida exemplo para qualquer pessoa, mãe dedicada e apaixonada por seus filhos, querida por todos pelos belos ensinamentos repassados e criação da família de forma exemplar.

Dona Nídia Braz de Matos nasceu na cidade de Mateus Leme, porém veio para Itaúna e adotou esta terra como sua cidade do coração.Filha de Manoel Braz Obelheiro e Zulmira Guimarães, Dona Nídia casou-se com Lauro de Faria Matos e com ele constituiu a nova geração dos Braz de Matos, dessa bela união conjugal nasceu doze filhos sendo eles Emanuel, Maria do Carmo, Regina Célia, José Lúcio, Ângelo, Rosa Miriam, Fábio Dimas, Lauro Junior, Adalgisa, Teresa Cristina, Gláucia Helena e Rogério.
Hoje com seus 81 anos dona Nídia surpreende a muitas pessoas com sua grande força de vontade, atuante e participativa a jovem senhora ainda dirige seu veiculo pelas ruas da cidade, pratica natação, trabalha e exerce seus afazeres domésticos com muito pique, bom humor e disposição.A matriarca tem vinte e quatro netos e dois bisnetos.Vamos conhecer nesta edição especial do História de Vida a comovente trajetória de uma mulher guerreira, de muita garra e coragem e que venceu grandes desafios para realizar a importante missão de criar a família com dignidade, honestidade, muito amor e carinho!

Santana FM: Como foi a constituição da família da senhora, seus irmãos e um pouco do período de sua infância e juventude juntamente aos seus pais?

Nídia Braz de Matos: Minha cidade natal é Mateus Leme, meu pai era espanhol e casou-se com minha mãe brasileira, considero que esse fato foi um presente de Deus para mim, pois essa raça espanhola tem muita força, boas vibrações e muita coragem. O meu pai era um homem muito trabalhador, muito alegre e passou tudo isso para a nossa família, éramos oito irmãos, nossa família teve um pouco de dificuldades, a minha mãe morreu, eu estava com oito anos e ela nos deixou ainda muito nova com 45 anos, no entanto o meu pai soube lhe dar com essa tão grande perda fomos criados com muito amor e carinho, meu pai queria nos dar uma educação melhor e por isso nos trouxe para Itaúna.

Após fazermos o curso primário papai nos trouxe para a cidade, na época chamava-se curso normal, eu estudei durante muito tempo na então Escola Normal de Itaúna, hoje Escola Estadual fiquei morando durante um tempo com minha irmã, mas velha que já era casada. Depois fui para o Internato, morei com irmãs que caridade que eram educadoras, esse foi um período maravilhoso da minha vida, eram 61 alunas internas, éramos uma família repleta de muita espiritualidade tínhamos missas todos os dias, e eu tinha assistência com os padres e ás freiras. Já os meus irmãos também foram criados com grandes dificuldades tiveram que estudar em outras cidades, o meu pai encaminhou todos eles.Infelizmente hoje resta somente eu ainda viva, todos os meus irmãos morreram. O meu pai após alguns anos da morte de minha mãe casou-se pela segunda vez e teve mais um filho neste casamento, este mais novo trabalhou em Itaúna, era medico e mudou-se para Belo Horizonte, e morreu bem novo também. Eu costumo brincar que não sei porque Deus ainda não me levou, mas eu sei sim é para que eu posso rezar pelos meus filhos eu ainda tenho essa missão, pois nos dias de atuais a vida é muito cansativa e não se tem tempo nem mesmo de rezar de forma correta. Eu levo a minha vida para servir a Deus, rezando pelos meus filhos e sendo ministra da eucaristia levando comunhão para os enfermos.Gosto de levar um pouco de ânimo e a palavra de Deus ás pessoas.Eu sempre segurei na mão de Deus, nunca fiquei triste e nem me deixei cair, trata-se de uma vibração muito grande da vida espiritual.

Santana FM: Conte-nos da nova geração da família da senhora, o casamento e a criação dos filhos e a senhora como matriarca desta grande família?

Nídia Braz de Matos: Quando eu me casei, eu tinha uma formação religiosa de ação católica, o Padre Nobre nos ensinou o sentido da vida e a missão de cada um de nós neste mundo, nós nascemos para amar e servir. E desta forma eu me casei pensando em ter filhos para servir a Deus através do próximo, procurei instruir os meus filhos dentro desta espiritualidade, não foi uma missão muito fácil, pois são doze filhos, e eu costumava dizer que eram os doze apóstolos, eu considero que os filhos não são das mães, os filhos são de Deus e ele escolhe ás pessoas para tomar conta daquelas determinadas crianças que estão lá no céu esperando um nome para vir pra terra. Os meus dozes filhos todos estão graças a Deus a serviço da boa nova, com isso eles colhem os frutos tem um bom nível de vida com condição de ajudar aos outros.Todos eles eu sei que procuram servir da melhor forma possível.

Santana FM: Quais foram os momentos mais marcantes na vida da senhora?

Nídia Braz de Matos: São tantos que eu não sei nem mesmo enumerá-los, mais um momento muito importante em minha vida foi morar com ás irmãs no internato, eu não sei se era pelo fato de eu não ter mãe e ainda muito pequena, lá eu encontrei um lar, tive uma educação e formação excelente. E lá conquistei muitas amizades com muita alegria, eu recordo desse momento com muita saudade. A segunda parte da minha vida também muito importante foi quando eu fui para Mateus Leme, havia acabado de me formar como professora e fui lecionar na Escola Justino Ribeiro, eu acho que essa foi uma das fases mais bonitas da minha vida, o período em que eu trabalhei como educadora, fiz um apostolado muito grande, eu organizei o catecismo e lembro-me que a primeira turma foi de quatro anos, todas essas pessoas espalharam o bem pelo mundo, eu trabalhei no sentido de dar formação moral, intelectual e espiritual para todas ás crianças. Eu fiz um trabalho também no hospital com os doentes, reuníamos todos os doentes de um albergue e da enfermaria e com a bíblia fazíamos a leitura do evangelho, com uma explica simples e compreensiva, dando ânimo e otimismo para viver.

Santana FM: Quais foram ás principais dificuldades enfrentadas pela vida que é uma constante rotina de batalhas e desafios?

Nídia Braz de Matos:Acho que a criação dos filhos pode ser considerada um dos grandes desafios, quando eu me casei, bem no inicio eu trabalhava no cartório, até que eu tive o terceiro filho e nos mudamos para o bairro de Lourdes, lá era muito longe e parecia uma roça, mas foi ótimo os meus filhos foram aumentando e foram criados em um quintal grande e os meninos tinham muitos amigos e a nossa casa ficava cheia de crianças todos os dias.O rio passava no fundo no quintal lá de casa, nós fazíamos piquenique ás crianças ficavam brincando no rio, no entanto foram criados com grandes dificuldades, doze filhos naquele tempo era muito difícil. Eu trabalhava em três turnos na escola, era preciso para ajudar o Lauro meu esposo que não podia trabalhar sozinho, todos os meus filhos também trabalhavam, dividíamos ás obrigações entre todos, tinha uma escala os mais velhos estudavam com os mais novos e cuidavam uns dos outros, isso enquanto eu não estava em casa. Ás roupas eram doação do Doutor Guaracy que era padrinho do primogênito por isso ele doava muito tecido da fabrica que nós fazíamos roupas para eles, e foi justamente desta forma todos trabalhavam e estudavam, os meninos quando ficavam maiores iam trabalhar no cartório.

A minha filha Regina não trabalhou no cartório, pois foi dar aula na Escola João Dornas Filho e depois estudou odontologia. O Fabio também não trabalhou com o seu pai, pois o Irdevam Nogueira o convidou para trabalhar com ele no escritório, e assim nasceu à vocação dele para se tornar arquiteto. O caçula Rogério foi interessante a historia dele, nós perguntávamos pra ele o que ele queria ser, e ele respondia: “Qualquer coisa menos dentista, pois eu não quero colocar mão na boca dos outros”, ele dizia.

Assim que foi para a terceira serie do Ginasial foi trabalhar com o irmão José Lúcio, e um dia ele me disse:

“Mamãe estou encantado de ver o meu irmão trabalhar com tanto amor, boa vontade e entusiasmo, eu acho que vou ser dentista” E acabou sendo dentista, gosta de trabalhar com muito amor e dedicação e é muito feliz. Eu sempre dizia aos meus filhos que se eles quisessem ter ás coisas e progredir na vida eles tinham que trabalhar e assim todos fizeram e hoje estão bem sucedidos na profissão que escolheram e ajudando e contribuindo para a felicidade de alguém.

Santana FM: A senhora com 81 ano sabemos que continua dirigindo e trabalhando de onde vem tanta vitalidade e disposição com essa idade?

Nídia Braz de Matos: Eu acho que a pessoa enquanto é viva ela tem que esforçar para melhorar em todos os aspectos. O interessante que quando eu me aposentei eu continue trabalhando na Escola Municipal João Dornas Filho e fui diretora do Sesi, quando eu fiz 60 anos eu me aposentei, pois queria que minha filha assumisse o meu posto na educação, e em virtude disso acabei me aposentando por idade e não por tempo de serviço, eu pensei em não ficar sem fazer nada, pois eu considero que o ser humano nasceu para servir e desta forma vim trabalhar no cartório, no ano 2000. Eu estava com certa dificuldade de lhe dar com o computador, era difícil guardar nomes, eu estava esquecendo muitas coisas (risos), diante disso eu fui a um médico em Belo Horizonte e disso pra ele que precisa de um medicamento para que eu não esquecesse mais ás coisas, e o médico disse pra mim que na minha idade infelizmente não tinha medicamento, disse que era natural e que eu tinha que me acostumar com a situação. Eu pensei comigo vou mostrar pra ele que não é desta forma, eu vou vencer esse desafio e busquei me curar desse esquecimento com a eucaristia, Deus me deu força e coragem e hoje eu tenho muita facilidade eu escrevo ás datas de casamentos, verifico somente uma vez e passo os dados para o processo no computador, por isso eu acho que nós não podemos desanimar, sempre devemos buscar forças em Deus.

Santana FM: Qual a parcela de contribuição que a senhora deixa para o nosso município por meio dos trabalhos desempenhados em nossa cidade?

Nídia Braz de Matos: Acho que não fiz nada, simplesmente cumpri a minha missão, cada pessoa tem um sentindo na vida, servir e amar tudo que eu realizo eu não faço pensando que eu estou ajudando, mas acredito que isso é o meu serviço. O que eu deixo para o município é uma herança de Deus, são meus filhos que vão continuar a obra até o dia que eles terminarem a missão deles.

Santana FM: Como cidadã desta terra qual o significado de Itaúna para a senhora?

Nídia Braz de Matos: Eu acho que Itaúna é um pedacinho do reino de Deus, essa cidade foi escolhida pra mim para viver, eu acho ótimo viver nesta terra, e tenho procurado cultivar, fazer crescer, valorizar e fazer aparecer essa cidade, pois Itaúna é uma terra receptiva e acolhedora, não existe nenhuma pessoa que passa por aqui, toma da água do Rio São João que não deixa de voltar ou que aqui passa a viver. Aqui é um pedacinho do reino de Deus.

Santana FM: Como a grande matriarca da família Braz de Matos qual a mensagem que a senhora deixa ás mamães itaunenses para este dia das mães?

Nídia Braz de Matos: Desejo a todas ás mães força, coragem e que todas vocês pesam sempre a Deus sabedoria, pois todas ás mulheres são escolhidas como mães para criar e educar os filhos de Deus, um abraço muito carinhoso a todas vocês!

E toda a equipe da Rádio Santana FM, deseja a todas ás mamães muita felicidades e Deus ilumine cada uma de vocês que são primordiais para a existência da humanidade, mãe é amor, carinho, ternura e dedicação! Parabéns mamães e muita alegria no seu dia! Uma homenagem da Rádio Santana FM a todas ás mães!


Acompanhe o História de vida no ar pela Santana FM Toda sexta feira ás 08h15 da manha, dentro do Jornal Primeiras Noticias.


Redator e repórter
MATEUS REIS
Fotos
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ARQUIVO 90,1
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Diretor Responsável
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